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quinta-feira, 29 de abril de 2010

ATUALIDADES : A PEDOFILIA NA IGREJA CATÓLICA






Até há pouco tempo, a Igreja pensou que era a guardiã da moral e queria impor os seus preceitos a todos, servindo-se inclusivamente do braço secular, ao mesmo tempo se julgava imune à crítica. Recentemente, a opinião pública começou a pronunciar-se também sobre o que se passa na Igreja, pois todos têm o direito de debater o que pertence à humanidade comum. Há quem diga que, no caso, se trata de revanchismo. A Igreja tem dificuldade em lidar com a nova situação, mas, de qualquer modo, tendo sido tão moralista no domínio sexual, tem agora de confrontar-se com este tsunami, que exige uma verdadeira conversão e até refundação, no sentido de voltar ao fundamento, que é o Evangelho. 



No  meio deste imenso escândalo, foi a muralha de silêncio, erguida por quem tinha a obrigação primeira de defender as vítimas. Afinal, apenas deslocavam os abusadores, que, noutros lugares, continuavam a tragédia.


Há na Igreja uma pecha: o importante é que se não saiba, para evitar o escândalo. Ela tem, aliás, raízes estruturais: o sistema eclesiástico, clerical e hierárquico, acabou por criar a imagem de que os hierarcas teriam maior proximidade de Deus e do sagrado, de tal modo que ficavam acima de toda a suspeita. Mas, deste modo, aconteceu o pior: esqueceram-se as vítimas - no caso, crianças e adolescentes, remetidos para o silêncio e sem defesa.



Neste sentido, o Papa dirige-se criticamente aos bispos: "Foram cometidos sérios erros no tratamento das acusações", que minaram "seriamente a vossa credibilidade e eficiência". Por isso, "só uma ação decidida levada em frente com honestidade e transparência poderá restabelecer o respeito em relação à Igreja". Mas, aqui, há quem pergunte se não foram ignoradas as responsabilidades do Vaticano nestes erros e silêncios.


É sabido que infelizmente a Igreja Católica não tem o monopólio da pedofilia, que passa por muitas outras instituições: religiosas, civis e militares – há  dados que mostram que a maior parte dos casos acontece nos ambientes familiares -, e é decisivo que todos assumam as suas responsabilidades, pois não é bom bater a culpa própria no peito dos outros. Mas é natural que o que se passou no seio da Igreja seja mais chocante, já que se confiava mais nela.



As vítimas precisam de apoio e de reparação, na medida do possível. Esse apoio não pode ser só financeiro. Note-se que já se gastaram em indemnizações milhares de milhões de euros, sendo certo que os fiéis não pensariam que todo esse dinheiro havia de ter, infelizmente, este destino. Assim, até por isso, a Igreja precisa de reparar os males feitos e de uma nova atenção para que esta situação desgraçada nunca mais se repita, o que implica, por exemplo, uma atenção renovada no recrutamento de novos padres.





Celibato e pedofilia

 



A onda de pedofilia entre os padres da Igreja Católica, mormente a Americana, vem ocupando ultimamente amplo espaço na mídia internacional, inclusive na do próprio Vaticano. E o Papa João Paulo II chegou até a convocar, para uma reunião com ele sobre esse assunto, um grupo de prelados americanos, entre eles todos os cardeais dos Estados Unidos. 



Foi o grande Papa São Gregório VII (papa de 1073 a 1085) que introduziu na Igreja o celibato obrigatório para os seus sacerdotes, agindo com a melhor das intenções, pois queria selecionar os candidatos para o clero, com exceção para os padres da Igreja Católica Bizantina, do Oriente Médio, já que a Igreja estava numa situação muito delicada naquela região, tendo em vista o Cisma, lá irrompido em 1054, quando Cerulário, Arcebispo de Constantinopla, decretou a separação de sua Arquidiocese de Roma, fundando a denominada Igreja Ortodoxa Grega. 



Muitos padres da Igreja Católica Bizantina já estavam aderindo à Igreja Ortodoxa Grega, por causa da questão Filioque (divergências sobre a Santíssima Trindade com relação à Igreja de Roma). E, se o celibato obrigatório fosse exigido deles, haveria uma debandada geral para a Igreja Ortodoxa Grega. 



Sobre o nosso assunto em pauta, o Homem de Nazaré deixou claro que há eunucos de vários tipos, mas que os verdadeiros são os feitos pelo Reino dos Céus. Todavia, quando um jovem recebe o Sacramento da Ordem, tornando-se padre, ele não se transforma, como que por encanto, num desses eunucos santos. E eis aí a questão. Esse padre pode entrar numa forte crise existencial, pois que sua vocação sacerdotal pode ter sido uma ilusão, ou seja, fruto de um idealismo próprio da imaturidade dos jovens. 



E, assim, ele está sujeito a aventuras amorosas, ou então, mais raramente, passará a sofrer distúrbios psicológicos, que podem levá-lo às tendências homossexuais ou pedófilas. Logo um padre ,que deveria ser um modelo de moral e boa conduta para as outras pessoas, envereda-se pelo caminho das práticas pecaminosas e até criminosas, como no caso da pedofilia. Isso, como não podia deixar de ser, escandaliza tremendamente as pessoas. E aqui até vem à baila a conhecida frase paulina: “É melhor casar que abrasar”.


Embora tenhamos uma grande admiração para com a Igreja e o clero, custa-nos acreditar que o celibato forçado não tenha nada a ver com tudo isso que vem assolando a Igreja. E cremos que todas essas irregularidades existiam também no passado, só que eram abafadas, o que não se consegue fazer facilmente hoje. 



Não se pode estabelecer uma relação inequívoca de causalidade entre celibato e pedofilia, até porque há também muitos casados, até pais, que abusam sexualmente de menores. Mas também não se poderá desvincular totalmente celibato obrigatório e pedofilia, sobretudo quando, para chegar a padre, se foi educado desde criança ou adolescente num internato, aumentando o risco de uma sexualidade imatura.


Deve-se, no entanto, vedar o exercício do ministério e, uma vez que se está ao mesmo tempo em presença de um pecado e de um crime, deverão pedir perdão, reconciliar-se com Deus e colaborar com a Justiça dos Estados.



Os abusadores precisam igualmente de apoio psicológico e de compreensão?



Em todo o caso, será necessário pensar na rápida revogação da lei do celibato. Aliás, a Igreja não pode impor como lei o que Jesus entregou à liberdade. Enquanto se mantiver o celibato como lei, a Igreja continuará debaixo do fogo da suspeita.


E VOCÊS  AMIGOS INTERNAUTAS ,  O QUE PENSAM  SOBRE ESSE ASSUNTO?



Fontes:

7 comentários:

  1. Interessante, mas não acho que a relação entre pedofilia e celibato é tão clara assim. Até porque, como foi dito na matéria, um número grande (a grande maioria) dos casos de abuso são praticados por pessoas que não são obrigadas ao celibato. Sobre o assunto,com o intuito de enriquecer a discussão, indico a matéria da revista IHU, no link abaixo:
    http://www.ihuonline.unisinos.br//uploads/edicoes/1272372904.4354pdf.pdf

    Um abraço

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  2. Pois é, falta uma transparência maior em relação
    a esses caso, posicionamento firme da Igreja, e punição severa do Estado. Esse é mais um mal, entre tantos outros, que precisam ser combatidos, não só no seio da Igreja, mas em todos os âmbitos!

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  3. O texto citado pelo amigo acima é interessante porque foca o assunto por uma visão psicológica.

    Um trecho do texto diz que : " um pedófilo não se interessa por atos de violação, pois seu discurso pressupõe a situação em que a criança consinta nas relações que tem com ele, e até mesmo que ela queira isso. Por isso, a importância das formas de aproximação do pedófilo, que visam cativar a criança, assegurando-lhe que é admirada e amada."

    Isso significa o que? Que todos os pedófilos sejam eles da igreja ou não possuem desvios psicológicos? E onde entra o crime nessa história?

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  4. CULPA DO CELIBATO E DA DOUTRINA JUDAICO CRISTÃ.
    FATO...

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  5. Vocês esquecem o seguinte...
    A Igreja já pune os "culpados", sem prévio julgamento... e apóia a justiça secular.

    Quanto ao celibato... ninguém é obrigado a entrar no seminário e se tornar padre...
    A Igreja não coloca uma faca no pescoço de ninguém...
    Então... é decisão de cada um.
    A Igreja teve suas razões e não cabe a ninguém contesta-las!
    Os padres que decidem se casar... pedem licença de ordem e se casam.

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  6. O que me impressiona nao é o fato de um padre abusar sexualmente de uma criança,
    infelizmente vemos isto quase que diáriamente nos noticiários e olhamos, ainda
    crédulos, que o sistema vai achar uma solução para mais este problema social...

    O que me impressiona e me deixa indignado é alguem achar que um título
    eclesiástico faz de uma pessoa de carne e osso um "santo"...
    So bobo ainda acredita que o padre, o pastor, o papa, são menos humanos e
    indiferentes aos institos básicos...

    Nada,..são homens de carne e osso com os mesmos desvios de conduta e
    personalidade que um bandido qualquer...na minha opnião eles deveriam ser
    julgados como tal e nao receberem uma "punição" suave dos seus superiores e
    deixar o seus atos se perderem no esquecimento...

    se neste mundo houve um HOMEM que realmente estava acima da condição HUMANA
    eu nao sei,... MAS CERTAMENTE NAO SAO OS PADRES, BISPOS, PASTORES, ... etc.

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  7. Concordo em número, gênero e grau com Saulo, a Igreja não põe a faca em ninguém e obriga este a entrar no seminário, e conseqüentemente aderir ao celibato, a desição é livre de cada um.

    Do mesmo modo que concordo com o Wellington, que esses pedófilos devem ser julgados de maneira comum, e não apenas com penas suaves pelos seus superiores.

    A falha está no Estado, que tem sua justiça, lenta e imunda!

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