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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ATUALIDADES : TRAGÉDIA NO HAITI



Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti na  terça-feira, 12/01/2010 às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados.
Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros
A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.


O Brasil no Haiti
O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.
A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.


Haiti e região devem se preparar para mais terremotos

O Haiti e seus países vizinhos devem se preparar para mais terremotos violentos, após os fortes tremores da terça-feira que devastaram a região caribenha, advertiram ontem cientistas. Um pesquisador do Instituto de Geofísica da Universidade do Texas, em Austin (EUA), Paul Mann, advertiu que não é porque o processo de reconstrução começou que as pessoas devem pensar que não há mais riscos.

Mann disse que a redução na tensão geológica ao longo da área de Porto Príncipe pode, na verdade, ter aumentado a tensão em segmentos adjacentes dessa falha geológica.
Pesquisadores já começaram a trabalhar em modelos para tentar predizer como as mudanças resultantes do terremoto de magnitude 7,0 estão afetando segmentos próximos da falha geológica. "Esse sistema de falhas tem centenas de quilômetros de largura e o segmento que se rompeu para gerar o terremoto é de apenas 80 quilômetros", explicou o especialista, em entrevista por telefone.
Mann explicou que há muitos segmentos similares, onde não houve terremotos nos últimos séculos. "Potencialmente, qualquer um desses trechos pode causar um terremoto similar ao ocorrido no Haiti.
Há dois grandes centro populacionais ao longo dessa falha geológica. Além de Porto Príncipe, há Kingston, na Jamaica.



Há um segundo sistema de falha geológica no norte haitiano, que se estende pela República Dominicana e não foi rompido em 800 anos. Nessa área, há pressão suficiente para um possível terremoto de magnitude 7,5. "A questão é quando ele irá se romper", disse Mann. Essa previsão, notou ele, é bastante difícil, pois o problema pode ocorrer "na próxima semana ou em 100 anos".
Eric Calais, um geocientista francês que trabalha na Universidade Purdue, em Indiana (EUA), é um dos que pesquisam esses riscos. Anos atrás, ele advertiu autoridades haitianas sobre a perigosa pressão na falha geológica. Pouco pôde ser feito, porém, para reforçar as construções locais, precárias em sua maioria. "Não se deve culpar o governo haitiano por isso", notou Calais. "Eles nos ouviram atentamente e sabiam o que era o risco. Eles estavam muito preocupados e tomando medidas. Mas isso apenas ocorreu muito cedo", disse.
"É um país pobre", lembrou Calais. "Fortalecer um prédio para resistir a um forte terremoto pode ser tão custoso quanto substituir o edifício.


Com a devastação, os haitianos poderão reconstruir os edifícios com mais reforços que antes, disse Calais. Segundo ele, há soluções de engenharia baratas que podem ser aplicadas para reforçar a segurança contra tremores. "É muito importante que Porto Príncipe seja reconstruída apropriadamente", acrescentou. "Há outros trechos da falha que podem se romper no futuro." As informações são da Dow Jones.

Testemunhar a destruição do terremoto no Haiti pelas ruas é horrível: corpos aparecendo em edifícios ruídos, sobreviventes enfaixados chorando em cidades de tendas e cheiro de putrefação e morte. Mas ver as consequências do tremor do céu mostra realmente a enormidade do desastre que atingiu a nação mais pobre do Ocidente na terça-feira.
Vistas de um helicóptero do exército americano, grandes regiões de Porto Príncipe estão reduzidas a escombros. Localidades inteiras de barracos rolaram os morros. Fileiras de telhados de ferro enferrujado parecem como se tivessem sido misturadas aos escombros por uma mão gigante.
A vida na devastada cidade está concentrada em locais coloridos, onde dezenas de milhares de pessoas construíram acampamentos improvisados em regiões abertas, enquanto tremores secundários aterrorizam moradores do lado de fora dos edifícios que ainda permanecem em pé.
De cima, a catedral parece como se tivesse sido pisada. O deslumbrante palácio presidencial branco assemelha-se a um bolo de casamento que caiu no chão. Estacionamentos de vários andares e supermercados foram nivelados como uma sanfona.



Casas de concreto estão tão destruídas que parecem ter sido feitas de argila.
O ministro da Saúde, Alex Larsen, disse à Reuters na sexta-feira que três quartos de Porto Príncipe terão de ser reconstruídos. Mesmo em um país miseravelmente pobre e pouco equipado como o Haiti, é difícil de ver até mesmo por onde começar.

Levou três dias para que as primeiras equipes de ajuda estrangeiras chegassem e que os primeiros caminhões-pipa fizessem ronda.

Equipes de auxílio que chegaram ao aeroporto na sexta-feira admitiram que podem demorar dias para alcançar vítimas famintas e feridas, com alimentos e remédios que elas precisam desesperadamente.
O governo calcula o número de mortos como sendo de até 200 mil, o que colocaria o terremoto de terça-feira entre os dez piores da história. E aconteceu em um dos países mais pobres e voláteis do mundo.
Saques e brigas por alimentos começaram na sexta-feira nas ruas, onde não se vê polícia e não há o menor sinal de controle governamental.

"São tempos ruins que o país está vivendo. Quem sabe o que vem pela frente?", afirmou Antonio Elias, de 47 anos, que está deixando para trás seu negócio e voltando para a Venezuela, seu país-natal, com sua esposa e bebê haitianos. "Não é fácil deixar tudo para trás. Quem sabe quando voltaremos? Mas não vou correr o risco de ficar aqui."

Fonte: JC ON LINE



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